Total de visualizações de página

sábado, 7 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA ROTINA ESCOLAR


A escola tem por finalidade ensinar os conteúdos solicitados no currículo escolar, mas também deve ter a preocupação de realizar um trabalho voltado para a construção da moralidade a partir da discussão das atitudes das crianças, preparando-as para lidar com diversas situações em seu cotidiano.
Acredita-se que, em especial na Educação Infantil, as histórias devem fazer parte da rotina do planejamento do educador, pois é recurso pedagógico fundamental que trabalhado de forma adequada, ajuda as crianças a resolverem as situações encontradas. A partir disso, pensou-se em discutir sobre o uso do gênero Contos de Fadas para o desenvolvimento dos valores morais das crianças pequenas. Oliveira (1994; p.46) defende que os contos facilitam a compreensão das características humanas e a convivência social.

A literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. O maniqueísmo que divide as (os) personagens em boas (bons) e (ou) más, belas (belos) ou feias (feios), poderosas (poderosos) ou fracas (fracos), etc., facilita a compreensão da criança acerca de certos valores básicos da conduta humana ou convívio social.

Os contos de fadas ainda influenciam no processo do desenvolvimento das crianças, favorecendo o resgate de valores como, por exemplo, o respeito ao ser humano. Entretanto, é preciso que as crianças se envolvam na história, permitindo o resgate de verdadeiros significados, podendo se identificar com os personagens, a fim de compreenderem que nem sempre as pessoas e/ou situações são agradáveis.  Para isso, é fundamental que o educador selecione temas que oportunizem uma discussão moral na sala de aula, além de usar a criatividade e o interesse para realizar essa atividade
Bettelheim (2000) assinala que as crianças, através da utilização dos contos de fadas, aprendem sobre problemas particulares dos seres humanos e sobre suas soluções. É também através deles que a herança cultural é comunicada às crianças, contribuindo para a sua educação moral.
É essencial que a escola explore todos os valores morais que os contos de fadas oferecem e assim possa desenvolver um trabalho produtivo e, sobretudo, ético. Para isso, o educador deve utilizar esse gênero de modo consciente, facilitando e mediando o desenvolvimento de suas crianças.
Uma atribuição importante do educador é verificar a motivação das crianças para as histórias nos diferentes períodos de seu desenvolvimento, a fim de conseguir uma maior participação dos alunos na atividade e, deste modo, ter mais chances de atingir seus objetivos.
Pesquisas como de Dias (2005) enfatizam que o trabalho com as histórias infantis destacam vários benefícios para o desenvolvimento das crianças pequenas. Como exemplos, podem ser citados: a elaboração de conceitos, a resolução de conflitos, o desenvolvimento da imaginação e criatividade, entre outros.
Martins (2009) destaca quatro abordagens pedagógicas, sendo que o julgamento de valores apresenta grande relevância para o presente estudo. Essa abordagem propõe que o professor centralize a educação moral na discussão de dilemas morais e nas atividades de expressão oral e escrita.
Puig (1998, p.53) define os dilemas morais da seguinte maneira:

São breves narrações que apresentam um conflito de valores. São histórias curtas que se referem a fatos problemáticos, ou seja, a situações que apresentam uma disjunção de valor que não tem fácil reparação, porque é necessário optar entre valores de alguma forma desejáveis. Portanto, trata-se de situações que não oferecem uma solução única nem uma solução totalmente clara, o que obriga os alunos a refletirem, argumentarem e justificarem racionalmente a alternativa que lhes parece mais justa.

É importante que o professor considere e valorize todas as opiniões e ideias de seus alunos, buscando sempre estimular o raciocínio dos mesmos, tendo em mente que não há respostas certas ou erradas quando se trata de um dilema moral.

LITERATURA INFANTIL, ESCOLA E MORALIDADE


A Literatura Infantil possibilita às crianças uma leitura em vários níveis: o sensorial, através dos aspectos exteriores do livro; o emocional, pelos sentimentos que a leitura provoca e o racional, pela reflexão a que conduz e pela construção do conhecimento.
Segundo Zilberman (2003, p.29), "A Literatura Infantil é levada a realizar sua função formadora, que não se confunde com uma função pedagógica. Ela dá conta de uma tarefa que está voltada toda a cultura de conhecimento do mundo e do ser”.
Ao ouvir histórias, as crianças pequenas iniciam o processo da construção da linguagem, idéias, valores e sentimentos, ajudando-as na sua formação como pessoa.
Nesta perspectiva, aponta Abramovick (2004, p.17):

As histórias infantis representam importantes formas de expressão, além de contribuir na construção do desenvolvimento moral, ajudando-a a criança a conhecer o mundo e tomarem consciência dos seus próprios valores.


De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN de Língua Portuguesa (2001, v.2): “A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu”.
É fundamental que, ao contar uma história, o educador crie condições para que as crianças progridam na construção do raciocínio moral, da coordenação dos diferentes pontos de vista e do pensamento lógico, podendo valer-se da Literatura Infantil para desencadear discussões nas quais as crianças poderão rever suas opiniões e defender a sua perspectiva.
Existem três grandes níveis e estágios apresentados por Kohlberg (apud VINHA 2003), que abordam os juízos morais das crianças. É preciso que o educador tenha conhecimento sobre eles para que o mesmo possa compreender o desenvolvimento das crianças. Os níveis são: o pré-convencional (I), o convencional (II) e o pós-convencional (III), subdivididos em dois estágios cada um. As principais características destes níveis serão apresentadas a seguir:
O nível 1 – pré-convencional (estágios 1 e 2) é mais individualista. Pode-se dizer que as crianças que se encontram no primeiro estágio não reconhecem que os interesses dos outros podem ser diferentes dos dela. Ao julgar uma ação, considera os efeitos concretos, físicos, não levando em conta as intenções envolvidas. No segundo estágio, as crianças já são capazes de reconhecer que os outros têm interesses diferentes, julgando o que é certo como algo relativo.
O nível 2 - convencional (estágios 3 e 4) se caracteriza por ser mais social. No terceiro estágio as crianças passam a considerar, ao agir, as expectativas das pessoas que lhe são significativas, ou seja, sua conduta é pautada naquilo que espera que essas pessoas julguem correto, o que esperam dela. Agem no sentido de obter aprovação, estando preocupadas em serem uma “boa menina” ou um “bom menino”. O “certo” é ser uma boa pessoa aos próprios olhos e aos dos demais. Já no estágio 4, “o certo” é definido por cumprir as leis sociais, seguir os deveres e manter a ordem. Todos devem se submeter às leis para que haja o bem comum, pois as normas foram feitas para serem cumpridas e garantir o bem-estar da maioria. É importante que não haja exceções. O indivíduo justifica o comportamento considerado como correto pela necessidade de manter a instituição em seu conjunto e evitar a decomposição do sistema
No nível 3 – pós-convencional (estágios 5 e 6) de Kohlberg,  o sujeito considera a humanidade em geral. O raciocínio do quinto estágio resume-se basicamente naquilo que foi contratado entre as pessoas, um acordo coletivo. E, finalmente, no sexto estágio se constrói o compromisso pessoal e o indivíduo. Neste nível apresenta consciência moral coerente com princípios éticos universais. (VINHA, 2003)
É fundamental que o alvo maior da escola seja sempre o aluno, promovendo um atendimento valioso para cada um, além de um olhar “clínico” para as suas necessidades e possibilidades, principalmente na Educação Infantil, que é o foco deste trabalho, proporcionando situações que garantam o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, inclusive os morais.
De acordo com Kramer (2000) a pré-escola é um lugar que propicia o desenvolvimento infantil, visto que valoriza o conhecimento das crianças pequenas, a construção da autonomia, cooperação, criticidade, responsabilidade e favorece o auto conceito e o exercício da cidadania.
O individuo se desenvolve a partir de sua interação com o ambiente, portanto é preciso que o educador e a escola se insiram para promover o desenvolvimento moral e o crescimento humano em direção à autonomia, pois é nessa primeira fase escolar que a criança necessita de uma aprendizagem de qualidade, conscientizando-a da importância e da necessidade de preservar valores como o respeito ao ser humano.
De acordo com Vinha (2006), a moralidade na criança vai se desenvolvendo aos poucos, a partir da sua interação com o meio. Dessa maneira, julga-se importante que o educador propicie momentos em que a criança exponha suas ideias, a fim de desencadear reflexões e discussões com o grupo, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento do raciocínio moral.
Sendo as histórias infantis um recurso fundamental, é importante que, quando utilizadas, problematizem as situações do cotidiano da sala de aula, a fim de permitir que a criança aprenda sobre os valores morais que precisam ser alicerçados neste período, o que compromete todo o desempenho social da criança. O professor ainda pode se valer de outros instrumentos como contos e dilemas morais para desencadear discussões, gerar conflitos e agir como elemento desiquilibrador, fazendo com que a criança reveja sua opinião e defenda sua perspectiva, a fim de que a mesma progrida de um estágio para o outro, caminhando para a autonomia.
Segundo Vinha (2006, p.496), Kohlberg considera que “uma das formas de propiciar o desenvolvimento moral nas pessoas é confrontá-las com outras que estejam em estágios mais avançados de raciocínio moral, utilizando do processo de debater as histórias infantis que envolvam conflitos, as situações-problema ou os dilemas morais”.
A escola, querendo ou não, está envolvida com a educação moral de seus alunos e influencia o desenvolvimento dos mesmos, desde modo, é importante e necessário que a escola e o professor estejam atentos e preocupados com esta questão, a fim de que se crie e se estabeleça na escola um ambiente em que relações interpessoais respeitosas aconteçam de maneira a garantir que a autonomia moral e cognitiva das crianças seja construída e desenvolvida.
            Observa-se o que defende Piaget (apud VINHA, 2003), “A educação moral supõe que a criança possa fazer experiências morais e a escola constitui um meio propício para tais experiências”. De uma maneira simples, a escola com o auxílio da Literatura pode contribuir, e muito, na formação plena do ser.
Para evidenciar a importância da Literatura Infantil para o desenvolvimento moral, observa-se o que Oliveira (1994) apresenta em sua pesquisa Literatura Infantil e desenvolvimento moral: a construção da noção de justiça em crianças pré-escolares. A autora realizou sua pesquisa com 14 alunos e o instrumento de trabalho foi a fábula “A galinha ruiva”, destacando a noção de justiça. Ao término de sua pesquisa, a autora concluiu que embora não tenha atingido um progresso no nível de noção de justiça, isso não significa que não houve uma evolução qualitativa no sentido de refletir e de verbalizar os juízos morais. A autora ainda relata a importância da Literatura Infantil como uma ação pedagógica voltada para a educação de valores e, entretanto fundamental para desencadear o desenvolvimento da moralidade infantil em crianças pequenas.
Pesquisas como de Oliveira (1994) reforçam a ideia de que os educadores precisam estar mais preparados para realizar um trabalho favorável por meio das histórias infantis.
Por fim, a Literatura Infantil é um recurso pedagógico que pode favorecer o desenvolvimento infantil e propiciar a conquista de estágios mais avançados do juízo e da ação moral.



O GÊNERO TEXTUAL CONTOS DE FADAS


Os gêneros textuais são diversos, é cada um deles possui uma essência. Trabalhar com a imaginação das crianças e o anseio de responder a alguns dilemas que trazem uma discussão moral, como: o medo, a alegria, a angústia, as perdas, entre outros. Neste capítulo o foco será o gênero Contos de Fadas.
Os Contos de Fadas são de origem celta. Os celtas apareceram constituídos como povo, no sudoeste da Alemanha, de onde migraram para a Gália, Península Ibérica e Ilhas Britânicas. Os contos surgiram como poemas que relatavam amores estranhos, eternos, essencialmente idealistas e ligados a valores eternos do ser humano. Tais valores permaneceram sendo recontados principalmente por Jacob e Wilhelm Grimm, (alemães), Charles Perraul (francês) e Hans Cristian Andersen (dinamarquês).
Nesse contexto, observa-se algumas publicações desses autores, citadas por Costa (2003):
·         Em 1697, Charles Perrault publicou os oito contos da Mamãe Gansa e assim nascia a Literatura Infantil, conhecida como clássica. Em suas obras o maravilhoso ocupa lugar bem modesto e as fadas são singularmente raras. Sua originalidade reside na presença das paisagens francesas, suas campinas e sua atmosfera, em que se movem aldeões, damas e cavaleiros. Seus personagens geralmente eram os modelos que os rodeavam: amigos, vizinhos, os trabalhadores do campo etc;

·         Na Alemanha, os irmãos Grimm publicaram os contos de fada entre 1812 e 1822. Dentre seus principais contos publicados, encontram-se Joãozinho e Maria, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, entre outros não menos importantes;

·         Na Dinamarca, Hans Christian Andersen publicou entre 1835 e 1872 muitos outros contos infantis, e ele é considerado o patrono mundial da literatura infantil, porque criou os primeiros contos voltados ao público infantil, como por exemplo: Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia, A Menina dos Fósforos, O Patinho Feio.

 As histórias apresentadas nos contos sempre apresentam uma problemática existencial. Sua estrutura é baseada no seguinte contexto: o início, o herói ou heroína vai a um lugar diferente, marcado por acontecimentos que dão destaque à história além das criaturas mágicas e estranhas; o encontro, a presença de uma madrasta, uma bruxa ou um feiticeiro; a conquista, o triste fim do personagem mal e a celebração, vitória do bem e todos vivem felizes para sempre.
Essa estrutura expressa os obstáculos, ou provas, que precisam ser vencidas, para que o herói alcance sua auto-realização existencial, a superação dos conflitos, seja pelo encontro do seu verdadeiro “eu” ou pelo encontro da princesa que representa o ideal a ser alcançado.
Coelho (1998) esclarece que os Contos de Fadas podem ou não contar com a presença de fadas, sem, contudo, deixar de apresentar questões mágicas, e reis, rainhas, príncipes, princesas, bruxas, gigantes, anões, dentre outros. Um outro aspecto muito marcante diz respeito à possibilidade de apresentar sempre um tempo ou espaço indeterminados, fora da realidade conhecida; incluem-se, aqui, os enredos iniciais de muitas histórias como “Era uma vez......”.
Para Góes (1991) os personagens são outra característica marcante da estrutura dos contos de fadas. Observa-se o que diz a autora:

Em geral, são poucas e apresentando grande unidade; às vezes crianças, outras jovens em idade de casar. Podem proceder de uma cabana muito pobre ou de um faustoso palácio encantado. Sua origem, as características que as distinguem, o modo com atuam são sempre extremamente exageradas. Ou são excessivamente boas ou medrosas, belas ou tragicamente feias, ou perversas ou covardes, ou valentes e nobres; ou são anõezinhos, ou gigantes, bruxas ou princesas, reis disfarçados de mendigos ou mendigos convertidos em reis e cavaleiros (1991, p.116).

Compreende-se que as funções dos personagens representam as partes fundamentais de um conto, sendo limitadas e com uma sucessão sempre idênticas. Propp (1983) define função como “a ação de uma personagem definida do ponto de vista de seu significado no desenrolar da intriga”.
Essas funções se dividem entre os personagens da história e cada um recebe sua respectiva ação seqüencial:

Podemos chamar conto maravilhoso, do ponto de vista morfológico, a qualquer desenrolar de ação que parte de uma malfeitoria ou de uma falta, e que passa por funções intermediárias para ir acabar em casamento ou em outras funções utilizadas como desfecho. A função limite pode ser a recompensa, alcançar o objeto desejado ou, de uma maneira geral, a reparação da malfeitoria, o socorro e a salvação durante a perseguição, etc. Chamamos a este desenrolar de ação uma seqüência. Cada nova malfeitoria ou prejuízo, cada nova falta dá lugar a uma nova seqüência. Um conto pode ter várias seqüências, e quando se analisa um texto, é necessário em primeiro lugar determinar de quantas seqüências este se compõe (PROPP, 1983, p. 144).

Os Contos de Fadas são um gênero textual com uma narrativa de “forma simples”, resultante de uma criação espontânea, ou seja, diferentes dos romances medievais, que apresentam uma forma artística elaborada. Observa-se o que diz Coelho (2000, p. 164-165), quanto ao que são consideradas formas simples:
Determinadas narrativas que, há milênios, surgiram anonimamente e passaram a circular entre os povos da Antiguidade, transformando-se com o tempo no que hoje conhecemos como tradição popular. De terra em terra, de região a região, foram sendo levadas por contadores de histórias, peregrinos, viajantes, povos emigrantes, etc., até que acabaram por ser absorvidas por diferentes povos e, atualmente, representam fator comum entre as diferentes tradições folclóricas.
No entanto, até os dias de hoje os contos encantam todas as gerações. “Os tempos mudam incessantemente, porém a natureza humana permanece a mesma” (COELHO, 2000).
Este gênero é tradicionalmente usado na prática escolar, mas cabe ao educador usá-lo a fim de favorecer o desenvolvimento moral das crianças da Educação Infantil. O gênero é de fácil compreensão, pois traz uma linguagem simples e direta, além de permitir a memorização das crianças por meio dos nomes dos personagens, que serão eternamente lembrados por elas, por serem nomes mágicos e outra característica é a presença de palavras mágicas que formam uma imagem visual, que aguçam a imaginação das crianças pequenas. “A metamorfose das personagens, a magia, o encanto, o uso de talismãs e a força do destino são também constantes neste gênero”. (JOLLES, 1993).
Existem os Contos de Fadas clássicos, os mais exuberantes e conhecidos que passam de geração para geração. Esses contos também apresentam a mesma narrativa, o herói ou heroína passam por dificuldades antes de triunfar contra o mal e até o tão esperado final feliz. Os personagens são marcados por suas qualidades físicas ou morais que são bem nítidas e facilitam a compreensão da história para as crianças.
As histórias falam de moralidade e de virtude como parte central da natureza humana, não como algo para se ter, mas para ser, a coisa mais importante que se pode ser. Através da leitura dos Contos de Fadas pode-se colocar a imaginação das crianças pequenas, em tempo e espaço indeterminados, onde há a presença das expressões do tipo: “era uma vez”, “há muito tempo”, “num certo dia” e “num lugar distante”.
Essas histórias, ainda, ajudam o educador entender o desenvolvimento da moralidade infantil, dando oportunidade para que as crianças entrem num mundo de princípios e virtudes, ajudando-as a compreender algumas qualidades essenciais à formação ética de cidadãos.
São vários os valores apresentados nessas histórias e que são necessários para a formação moral de qualquer indivíduo, ou seja, neles encontramos valores essenciais para a convivência humana. Compreende-se que não nascemos com esta visão moralista, é preciso aprendê-la. Pode-se aprender e apreciar esta visão por meio das histórias.
Para evidenciar a importância dos Contos de Fadas na construção da moralidade infantil, observa-se o artigo “A importância dos contos de fadas no desenvolvimento infantil” de Dias (2005), que descreve a experiência realizada com 24 alunos da educação infantil de uma escola municipal.
A autora selecionou algumas histórias infantis, mas priorizou a história que seus alunos mais apreciavam: “Os três porquinhos”. Trabalhou de diferentes maneiras com seus alunos. Ao final da pesquisa, a autora averiguou que o trabalho com as histórias infantis traz vários benefícios para o desenvolvimento das crianças pequenas como, por exemplo, a elaboração de conceitos, a resolução de conflitos, o desenvolvimento da imaginação e criatividade, dentre outros.
Com isso, é possível visualizar que o trabalho com os Contos de Fadas pode favorecer o desenvolvimento das crianças se os professores estiverem preparados e, principalmente se o compreendem e utilizam procedimentos educativos mais adequados.
No próximo capítulo, veremos algumas maneiras que podem ajudar o educador na utilização dos Contos de Fadas na rotina da Educação Infantil, em virtude do fortalecimento dos valores morais dos pequenos.


A UTILIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS PARA O TRABALHO COM OS VALORES MORAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Os contos de fadas são livros eternos que encantam as crianças e podem ser apresentados de diversas maneiras, de acordo com a criatividade e disponibilidade de cada educador para realizar essa atividade. É fundamental que o educador utilize várias formas de leitura para que as crianças se envolvam com esse momento que é tão importante para seu desenvolvimento. O educador pode utilizar, além da leitura oral, as gravuras e dramatizações com fantoches.  Dependendo da faixa etária, é possível apresentar o início e o meio das histórias, deixando-as imaginarem o final. Dessa maneira, a criança estará desenvolvendo sua criatividade, despertando a curiosidade, expressando sentimentos, desenvolvendo o raciocínio e trabalhando a memória.
Segue abaixo um quadro com os aspectos que devem ser levados em conta para conseguir um melhor envolvimento das crianças na hora da história.

Faixa Etária
Histórias
Ilustrações
Recursos

1 a 2 anos
(berçário)

Histórias rápidas e curtas.

Com gravuras atrativas e simples.
Fantoches, livros de pano, plástico ou cartonado para melhor manuseio das crianças.


2 a 3 anos
(maternal)
Histórias rápidas, simples, aproximando-se as vivências das crianças.

Gravuras grandes e com poucos detalhes.
Fantoches e os livros de papel já podem começar a serem apresentados.

3 a 6 anos
(infantil e 1° ano)
Devem conter um enredo próximo ao cotidiano familiar das crianças.
Com texto escrito ou não, predominando mais as imagens.
A fantasia, a máscara pode ser uma maneira de envolver ainda mais as crianças na história.

6 e 7 anos
(1°ano/alfabetização)
Explorar o som das palavras, com frases simples, sem longas construções.
Ilustrações devem integrar-se ao texto, possibilitado ainda mais o gosto pela história.
Como são crianças maiores, pode-se trabalhar a imaginação, o tom de voz, a fantasia.

Granadeiro (2003) enfatiza que:

Nos primeiros anos da infância, a garotada assimila mais facilmente enredos que tenham crianças como personagens ou animais com características humanas, como fala e sentimentos. Dos 3 aos 6 anos, as histórias devem abusar da fantasia com reviravoltas freqüentes na trama. A partir dos 7, valem as aventuras e histórias mais elaboradas. (p. 456).

O educador pode trabalhar com as histórias infantis, de maneira que as crianças ampliem sua imaginação e compreensão do mundo, tornando-se uma atividade pedagógica prazerosa, interessante, criativa e muito atraente. Para Bettlheim (1979) as histórias não devem ser jogadas de qualquer maneira para as crianças. É necessário um preparo, um contexto e, principalmente tempo para que a criança “absorva” a história.
O contar história deve ser uma atividade prática, diária e constante na sala de aula, acompanhada de algumas estratégias e técnicas para prender a atenção das crianças, fazendo com que a atividade seja bem mais proveitosa. Ainda nesse processo de contar história, existe outra característica muito importante, a conversa com as crianças antes de começar a contar, evitando as interrupções. Essa conversa não deve ser longa, só o tempo necessário para que as mesmas se predisponham a escutar a história.
Antes de tudo, é fundamental que o educador ao recontar a história ou algum trecho que não ficou claro para as crianças, não faça nenhuma mudança no enredo, por menor que seja, pois a criança pode cobrá-lo de que omitiu ou esqueceu algum detalhe.
Vinha (2003) sugere alguns passos em que o educador pode se pautar ao trabalhar com as histórias:
·         Escolher com antecedência os textos;
·        Recriar o texto na linguagem oral;
·        Elaborar questões semi-estruturadas, visando provocar uma reflexão na sala;
·        Buscar recursos pedagógicos para o ato de contar histórias;
·        Conversar antes sobre os personagens;
·     Relatar os textos com naturalidade, expressando emoções pela voz e com um tom de voz definido, ou seja, o timbre de voz varia conforme o personagem e conforme a emoção que deve ser passada;
·        Auxiliar as crianças a identificarem todos os pontos de vista dos personagens;
·    Apresentar contra-argumentações que as levem a refletir sobre suas posições e é importante estimular as crianças a expressarem diferentes opiniões sobre o assunto, utilizando perguntas como: “Quem pensa a mesma coisa?”; “Alguém tem alguma questão a fazer?”; “Alguém pensa diferente...?”, entre outras.
“Uma criança que, desde pequena esteja acostumada a discutir, refletir, emitir e justificar sua opinião, confrontando-a com a dos outros, sem medo de errar, com certeza, será um indivíduo muito mais crítico, atuante e autônomo, do que aqueles que estão acostumados a receber as “verdades” elaboradas vindas de fora” (VINHA 2003, p.476).

Os contos de fadas giram em torno de elementos que facilitam a imaginação e a memorização das crianças. “Era uma vez...”; fadas madrinhas; reis e rainhas; heróis, entre outros personagens com nomes ou apelidos.
"Brincando com a fantasia a criança constrói uma ponte no tempo, repetindo o passado, vivendo o presente e projetando o futuro, transitando entre o mundo inconsciente e a realidade, pois fantasia e realidades se complementam” (EMERIQUE, 2003, p. 18).

De acordo com Piffer (2008) o conto promove o desenvolvimento da criança, motivando-a a ser generosa e solidária, fazendo-a compreender que nem sempre as pessoas são boas e que nem sempre as situações são agradáveis. Por consequência, desperta seu senso crítico, fazendo-a refletir entre o pensar e o agir, entre o certo e o errado. 
A autora também ressalta que a essência do conto de fadas é abstrair conceitos formadores de caráter, uma vez que estabelece relação entre “bem e mal”, “certo e errado”. Seus valores são inúmeros: respeito, bondade, justiça, amizade, amor, franqueza, humildade, diferença, etc. A formação moral das crianças ocorre quando fazem uso da reflexão sobre os contos de fadas, distinguindo as atitudes das personagens e construindo as suas próprias, alicerçando sua formação moral.




ANÁLISE DOS CONTOS E OS VALORES MORAIS


Os contos de fadas de “Pinóquio” e “A Bela e a Fera” apresentam as histórias mais populares que o mundo já conheceu.  A versão mais famosa e a de maior acesso pelo público é a adaptação que Walt Disney fez, gerando mais animação e encanto aos personagens, a fim de agradar ainda mais ao público infantil, além de apresentar uma lição moral que favorece a resolução de questões universais, de conflitos e a formação de valores morais.
É importante frisar que essas histórias também falam de virtude como parte central da natureza humana, não como algo para se ter, mas para ser. Dessa maneira, compreende-se que esse conhecimento adquirido é de fazer o bem para o próximo.
Os valores de amizade e honestidade que serão analisados refletem traços de personalidade fundamentais na vida das crianças e fazem parte do cotidiano na escola e permitem uma discussão moral dentro de sala, favorecendo a aprendizagem das mesmas e o caminho do desenvolvimento moral. A partir disso, serão discutidas algumas passagens importantes trazidas pelos contos e que podem ser trabalhadas a fim de fortalecer os valores morais dos pequenos.
As histórias que transmitem um valor moral de amizade exigem que se adote a perspectiva de um amigo, da solidariedade com o outro. De acordo com Bennett (1995, p. 181), “A amizade é mais que afinidade e envolve mais que afeição... a amizade é algo profundo. De fato, é uma forma de amor”.
Ainda de acordo com o autor, a amizade é demonstrada para o outro em horas de infortúnio. É a vontade de estar ao lado do amigo, trazendo consolo e apoio na tristeza e na aflição.
Já o valor moral honestidade é tratado como algo relevante no relacionamento entre as pessoas, mas de fato ele é essencial para a própria ação do indivíduo. Compreende-se que a honestidade visa que, quando omitimos algum fato da nossa realidade, cria-se uma contradição entre aquilo que somos ou fazemos de verdade.
Para garantir ainda mais a satisfação de trabalhar com os contos de fadas e os respectivos valores, é fundamental que o educador mostre-os com sabedoria e com o intuito de ajudar as crianças a aprender a lidar com esses valores o quanto antes. Pode-se criar um momento de reflexão com as crianças, favorecendo a percepção da importância da amizade e da honestidade em suas relações sociais.

"PINÓQUIO"


As aventuras de Pinóquio publicadas entre 1881 e 1883 pelo Italiano Collodi, cujo verdadeiro nome é Carlo Lorenzini, são famosas pela marionete que a cada mentira contada seu nariz crescia. O conto apresenta uma narrativa que expressa a coragem, a lealdade, a honestidade e as virtudes que ajudam as crianças a construírem seus próprios pensamentos e atitudes, a caminho do desenvolvimento da moralidade infantil. As obras de Collodi sempre ganharam destaque por sua influência pedagógica.
A partir da análise da obra de Walt  Disney é possível destacar os personagens principais da história, como: Gepeto, o carpinteiro; Pinóquio, o boneco de madeira; Grilo Falante, a consciência; Fada Azul, a fada madrinha e os malfeitores da história.
Gepeto é um velho carpinteiro que vive sozinho, construindo Pinóquio para ocupar sua solidão, tendo ainda a expectativa de que ele pudesse se tornar um menino de verdade. Pinóquio é apresentado como um boneco de madeira, meigo e ingênuo, que só poderá virar um menino de verdade quando provar ser valente, sincero e generoso. Durante suas aventuras, Pinóquio não se preocupa com o certo ou com o errado, inspirando exatamente a falta de qualquer princípio ou moral. Neste momento de incertezas ele contará com sua consciência, ou seja, o Grilo Falante, um inseto muito amigo e sempre disposto a ajudar o menino. A Fada Azul é a “fada madrinha” da história e aparece sempre que precisam de sua ajuda. O conto também apresenta os “malfeitores”, aqueles que sempre tentam desviar alguém para o caminho errado.
Era preciso que Pinóquio enfrentasse os obstáculos que viriam em seu caminho para poder se transformar um ser humano digno e honesto. Dessa maneira, o educador pode trabalhar com essa passagem da história com a intenção de transmitir uma mensagem de que se formos honestos seremos recompensados com algo de bom em nossas vidas, ou seja, evidenciar a importância do valor moral honestidade em nossa sociedade.
O Grilo Falante e a Fada Azul entram em ação para ajudar o garoto, alertando-o dos perigos e suas eventuais consequências. Estes personagens são os adultos da história, portanto é fundamental que o professor trabalhe a importância da mediação do adulto na construção dos valores morais das crianças pequenas, contribuindo, dessa forma, para que elas construam a sua capacidade de raciocinar moralmente sobre os diferentes temas éticos, auxiliando-as no processo de construção da autonomia.
Os malfeitores da história são pessoas desconhecidas e desonestas que aparecem na vida de Pinóquio, querendo levá-lo para o caminho errado.  Pode-se questionar as crianças sobre o perigo de nos aproximar dessas pessoas. Na verdade, a intenção não é a de assustar, mas de mostrar que é preciso ter a necessidade de confiança e proteção.  Dessa maneira, as crianças podem liberar o medo, enfrentar o perigo e alcançar gradativamente o desenvolvimento moral.
Através das aventuras de Pinóquio a criança descobre a uma nova realidade de vida, ou seja, muda a sua postura diante a mesma. Este conto também destaca a interação entre a criança e a personagem, permitindo a ligação da história com a realidade de cada uma. 
Por fim, compreende-se que as aventuras de Pinóquio destacam características diretamente associadas à construção de valores morais. A história provoca nas crianças pequenas a compreensão de alguns princípios éticos que fazem parte da nossa realidade, apresentados de forma aceitável para o publico infantil.


"A BELA E A FERA"


A primeira versão da obra “A Bela e a Fera” foi publicada pelo italiano Giovan Straparalo, em 1550. A história passou a ser conhecida durante o século XVIII, nas versões publicadas pelas autoras francesas Madame Le Prince De Beaumont e Madame Gabrielle Di Villeneuve. Com as adaptações de Walt Disney, a história romântica se destaca por seu encantamento e magia que conduzem o leitor para um universo da fantasia, despertando a atenção ao fato de que a beleza interior é realmente importante para vivermos em sociedade.
O conto destaca os seguintes personagens principais: O príncipe/A Fera; A Bela; Mauricio, o pai da menina. A história inicia-se destacando um jovem rapaz que, embora tivesse tudo que desejava, era egoísta e rude. Certo dia, o príncipe zomba de um botão de rosa oferecido por uma bruxa, disfarçada de velha mendiga, e com isso se transforma em uma Fera, ganhando um destaque extraordinário na história.
Mauricio, o pai de Bela, era um inventor de pouco sucesso, mas encorajado pela filha, acabou uma de suas invenções e dirigiu-se até a feira com seu cavalo. Na estrada o cavalo foge, deixando Mauricio sozinho, até que ele se depara com um escuro castelo e, cautelosamente, lá se refugia.. Logo depois, Bela aparece para proteger seu pai, mas naquele momento, surge a Fera que mantém Maurício aprisionado. Então, a bela menina faz um acordo de ficar no lugar do inventor, livrando-o da “horrível fera”.
 Bela era uma menina que sonhava em encontrar alguém para dividir sua vida e a partir do convívio com a Fera, embora muitas vezes amedrontada, fica amiga da Fera e logo se apaixona por ela, que se torna um belo rapaz, agora não rude e nem egoísta, pois aprendeu a lição.
Nesse sentido, o educador pode trabalhar com o valor de amizade com as crianças pequenas partindo da importância da relação com as pessoas independente de sua feição. Como apresentado no conto, a Fera não é tão terrível e ameaçadora quanto sua aparência. Já o valor honestidade pode ser discutido partindo da delicadeza da jovem menina, sendo sempre justa e sincera com a terrível Fera.
 Para desencadear uma discussão com os alunos, o educador pode tratar de assuntos presentes na sociedade, como por exemplo: a inclusão escolar, partindo de uma realidade, a fim de garantir ainda mais o entendimento das crianças. A partir disso, o conto “A Bela e a Fera”, se trabalhado de maneira adequada, possibilita o fortalecimento da aceitação das diferenças na escola, enriquecendo o desenvolvimento social e pessoal das crianças pequenas.
É importante frisar que a deficiência não é o único fator que provoca a exclusão, mas também existem as diferenças sociais, raciais dentre outras, que precisam ser trabalhadas no âmbito escolar, possibilitando os alunos de refletirem sobre a diversidade humana.
Através deste trabalho com o conto, o professor pode conseguir uma melhor aceitação das diferenças na escola, evidenciando mais respeito, amizade, honestidade e a aceitação pelo outro, permitindo que todos os alunos sejam vistos com características distintas, conscientizando-os em torno de uma sociedade inclusiva.
Dessa maneira, é relevante que o professor busque soluções para o cotidiano escolar, frisando que as diferenças são fortemente evidentes no ser humano, conscientizando seus alunos diante dos valores morais de amizade e honestidade que são fortemente destacados no conto, quando a Bela tornou-se uma verdadeira amiga, sendo sempre honesta com Fera, independente de sua aparência

 
.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Em linhas gerais, na Educação Infantil a hora da história exerce um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, e por fazer parte de sua rotina, merece atenção e um estudo referente de como utilizar este recurso pedagógico de maneira adequada. A partir disso, pretendeu-se com esta pesquisa oferecer ao professor contribuições para utilizar as histórias infantis, em especial os Contos de Fadas, a fim de trabalhar os valores morais apresentados, gerando uma discussão moral na sala de aula.
Com esta pesquisa, foi possível reforçar a ideia que o gênero contos de fadas favorece o desenvolvimento moral das crianças pequenas, sendo fundamental que os professores estejam preparados e dispostos a utilizar procedimentos educativos mais adequados, ou seja, o educador pode utilizar várias formas de leitura, gravuras, dramatizações com fantoches, entre outras estratégias que tornam uma atividade prazerosa e educativa. 




ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.

BENNETT, William J. O livro das Virtudes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

BETTELHEIM, B. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. 3ª ed., v. 2. Brasília,

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.

DIAS, Ana Flávia Araújo. A importância dos contos de fadas no desenvolvimento infantil. Revista Pátio Educação Infantil. São Paulo, ano III, n.7, maio/junho 2005.

DISNEY, Walt. Clássicos Favoritos de Todos os Tempos. Canadá: Brimar Publishing.

EMERIQUE, Paulo Sérgio. Brincaprende: Dicas lúdicas para pais e professores. Campinas, SP: Papirus, 2003.

GÓES, L. Pimentel. Introdução à Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Pioneira, 1998.

JOLLES, André. Formas Simples: legendas, saga, mito, adivinha, ditado, caso, memorável, conto, chiste. São Paulo: Cultrix, 1976.

KRAMER, S. Com a pré escola nas mãos: uma alternativa escolar para a educação infantil. São Paulo: Ática, 2000.

OLIVEIRA, Áurea Maria de. Literatura infantil e o desenvolvimento moral: A construção da noção de justiça em crianças pré-escolares. Tese de doutorado. Unicamp, 1994.

PUIG, Josep Maria. Ética e valores: métodos para um ensino transversal. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1998.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Rio de Janeiro:Forense Universitária,1983.

VINHA, Telma Pileggi. O educador e a moralidade infantil uma visão construtivista. Campinas: Mercado das letras, 2003/2006.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola.  São Paulo: Global, 2003.